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Conceito de custo total e prática de trocas compensatórias ou trade-off


Disciplina: Administração de Operações e Logística

Semestre: 2010/1



Introdução



A capacidade e a atividade logística das empresas representa, na maioria dos casos, custos elevados para as companhias. Perante isso, foram desenvolvidas técnicas de custeamento e práticas de trocas compensatórias, com o intuito de avaliar esses custos e formas de minimiza-los ou de transforma-los em compensações, de forma a não comprometer a qualidade.



Entre os diversos tipos de custos da logística, como armazenagem, estoques e emissão de pedidos, o que mais se destaca em termos de custo é o transporte e distribuição. Relacionam-se a esse tipo de custo logístico fatores como: despesas com fretes, movimentação de materiais fora da empresa, depreciação de veículos, pneus, combustíveis, manutenção, custo de oportunidade dos veículos, entre outros.



A partir disso, serão analisados a seguir os principais trades-offs que afetam o custo total da logística, considerando aspectos da função transporte.



Função transporte – estoque



A função transporte-estoque implica na relação entre políticas de transporte e de estoque. Ou seja, um gestor de estoque objetiva, normalmente, a redução dos custos com estoque, sem analisar toda a cadeia de custos logísticos.



Conforme descrito por Prof. Aluisio Junior e Zeferino Filho, “A realidade atual dos centros logísticos prega a redução de custos e a criação de um sistema racional de armazenagem de matérias-primas e insumos (na área de suprimentos) e uma maior flexibilidade e velocidade na operação, para atender às exigências e flutuações do mercado.” Segundo os mesmos autores, existem várias razões para o armazenamento (estocagem) de produtos, em qualquer estágio da produção, como por exemplo a redução de custos de transporte e de produção, a coordenação entre demanda e oferta, e auxiliar no processo de produção e no processo de marketing.



Basicamente, os custos de armazenagem são fixos e indiretos, como mão-de-obra, instalações, aluguel ou aquisição, e equipamentos. Dessa forma, independente da utilização da totalidade da capacidade do armazém ou não, os custos permanecerão os mesmos. A partir dos métodos tradicionais de custeio, torna-se difícil mensurar o valor dos custos de armazenagem, pois acabam distorcendo os custos dos produtos finais. Um dos métodos mais utilizados para o custeio de armazenagem é o ABC – Activity Based Costing – filosofia de do custeio baseado em atividades. Esse método pode ser trabalhoso em sua implantação, visto a necessidade de mapeamento das atividades e do levantamento de dados, em contrapartida oferece vantagens como: alocação dos custos indiretos e despesas de overhead de maneira mais criteriosa; controle e monitoramento voltado para as atividades, permitindo gerenciamento mais eficiente dos processos das empresas; flexibilidade para trabalhar com diferentes objetos de custos, permitindo mensurar custos de produtos, serviços, canais de distribuição e clientes.

Função transporte – serviço ao cliente



A função transporte-serviço ao cliente implica na relação entre transporte e serviço ao cliente, vinculando-se ao desempenho e às características de cada modal de transporte – em relação às dimensões estruturais e à estrutura de custos.



Segundo os professores Claude Machline e José Bento Junior, no varejo farmacêutico muitas mudanças ocorreram ao longo dos últimos anos, como a disposição compacta dos medicamentos em prateleiras abertas, as gôndolas recheadas de cosméticos e artigos de higiene pessoal no centro das lojas, e o caixa computadorizado que atualiza o estoque em tempo real sempre que entra ou sai produtos da loja.



Entre os principais problemas observado nas redes farmacêuticas, pode-se citar a dificuldade de encontrar o ponto certo para o alcance do just-in-time, dificuldades de prever a demanda, limitação da capacidade dos bancos de dados, falta de entrosamento entre setores de compra e venda, insuficiência de tempo na reposição dos estoques, entre outros. Conforme descrito pelos professores supracitados, “À medida em que as empresas integram seus esforços para oferecer aos clientes mais que a entrega da mercadoria no local e na hora certos, pode-se falar de Supply Chain Management (...).” No parágrafo seguinte os autores colocam que, assim como o SCM, o Efficient Consumer Response (ECR), estimula o trabalho conjunto dos parceiros, fazendo com que se evitem ações isoladas ou até antagônicas. O ECR adota como ações típicas as seguintes iniciativas: gerenciamento de categorias – integração de fornecedores e varejistas na definição de estratégias para novas linhas de produtos; gestão partilhada da demanda e reposição automática do produto no ponto-de-venda; paletização padronizada da carga.



Conclusão



A partir das análises das políticas de transporte em relação às políticas de estoque e de serviço aos clientes, nota-se que a adoção de meros cortes de gastos influencia diretamente na cadeia de produtos e no serviço prestado ao cliente final. Para correlacionar as partes, entra a administração de operações e logística, analisando os trade-offs que afetam o custo total logístico. Como no caso das redes farmacêuticas varejistas, que, para atender bem aos seus clientes, necessitam de toda uma infra-estrutura de comunicação com distribuidores, controle de estoques e do transporte dos medicamentos e produtos cosméticos e higiene pessoal.



Referências bibliográficas



MONTEIRO JUNIOR, Aluisio dos Santos; SILVA FILHO, Zeferino Francisco da. O Processo de Armazenagem Logística: O Trade-off entre Verticalizar ou terceirizar. Disponível no ambiente on-line moodle.fgv.br.



MACHLINE, Claude; AMARAL JUNIOR, José Bento C. Avanços Logísticos no Varejo Nacional: O caso das redes de farmácias. Disponível no ambiente on-line moodle.fgv.br.



Material de estudo concedido pela Fundação Getúlio Vargas.



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